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Robocop (2014)–Em defesa de José Padilha

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padilha

No decorrer das filmagens de Robocop, José Padilha terá ligado ao seu conterrâneo também realizador Fernando Meirelles num aparente breakdown nervoso a dizer que não aguentava mais, que estava a ser a pior experiência da sua vida e que o estúdio recusava 9 em cada 10 ideias que propunha nas filmagens. Além disso, sabe-se também que Padilha e o protagonista Joel Kinnaman lutaram para que o filme tivesse um rating de R (maiores de 16) de modo a criarem uma obra mais violenta, com uma linguagem (falada e cinematográfica) que lhes permitisse dar corpo à sua visão ao mesmo tempo que se tornava mais fiel ao original. Porque terá sido Padilha assim tão castrado?

Inicialmente a contratação de um realizador que fez um filme como Tropa de Elite para reiniciar o franchise de Robocop poderia parecer boa ideia. Um futuro caótico, Detroit transformada numa imensa favela controlada pelos mais vilanescos personagens, a desvalorização da vida humana, o combate urbano, a crueldade sem limites e a violência como modo de vida. Sangre, tripas, os horrores de se ser decepado por armamento futurista. Pois, mas isto foi apenas um engodo. Na realidade, Padilha só foi adicionado ao projecto para aumentar o lucro do filme criando uma empatia com os mercados estrangeiros, nomeadamente o dos países emergentes que tanta juventude tem para ir ao cinema, juventude essa que está mesmo ali no sítio certo dos estudos demográficos que alguém terá feito. Para o mercado americano era indiferente. Padilha ou um paneleiro por desmamar acabadinho de sair do American Film Institute, o resultado seria o mesmo porque a marca Robocop é  bem reconhecida nos states e vende. No resto do planeta isto interessa mais. Pelas razões supracitadas e porque o Brasil está moda, seja na sua técnica de depilação, no desporto, nos filmes com mulatitas a levar exclusivamente no cu e nas artes.

Assim, Padilha viu-se envolvido no evento mais humilhante na vida de um realizador aspirante, a sua generalização como tarefeiro, como aquele tipo que só executa o que lhe é pedido, sem arriscar. Porque é preciso um nome. Não é caso único. Na guerra dos números e dinheiros, muitos realizadores considerados “de autor” têm sido arrastados para o cinema mainstream para executar pastelões pré-definidos baseados em templates que poderiam muito bem ter sido feitos ali pelo sr. Joaquim que opera o grelhador no Franguinhos de Celas, caso tivesse um boné, um megafone e uma cadeira janota.  Veja-se tão só (e apenas) o caso de Spike Lee com o remake de Oldboy. Ou por falar em Oldboy, Chan-wook Park também não viu grande melhoria de carreira com a sua americanização em Stoker. Vamos ver o que o futuro lhe reserva.

Não podemos atribuir as culpas a este falhanço a Padilha que viu aqui uma oportunidade única de singrar no maior mercado de cinema do mundo. Deve dar para pagar umas contas, mas espero sinceramente que volte para o Brasil para fazer mais uns filmes que levem o seu carimbo pessoal ou que tenha mais poder negocial em futuras obras de Hollywood. Isto porque quanto mais um homem se baixa, mais se lhe vê o cu*.

* tradução para brasileiro: Quanto mais um homem afunda, mais se lhe vê a bunda.


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